imaginários
A improbabilidade e a chuva arrastaram-nos para debaixo do mesmo toldo naquele fim de tarde inóspito. Ele já tinha sonhado com ela, ela nunca o tinha visto e continuava sem ver, apesar da curta distância que os separava. Ele não tinha guarda-chuva, ela tentava sem sucesso recuperar a estrutura do seu. O homem teria pelo menos duas centenas de diálogos no seu arquivo de imaginários, quase todos desenvolvidos durante o banho ou na espera do transporte público, contemplando as mais diversas situações e inusitados lugares com que daria início à conversa se alguma vezes a encontrasse. Até tinha imaginado uma conversa algures no sul de Espanha, em que ela o confundia com um habitante local e ele muito prestável, oferecia-se como guia, inventando factos históricos e curiosidades aleatórias à medida que iam explorando a cidade. É claro que aquele encontro fortuito, potenciado por uma pequena tempestade de chuva e vento, não constava do seu manancial de imaginários e agora que pensava nisso, lastimava-se de não o ter previsto. Tinha de agir rapidamente, ninguém fica abrigado da chuva com um desconhecido por mais de cinco minutos. Concentrou um grama e meio de coragem no pé direito e avançou para a mulher com um “posso?”, tirando gentilmente das suas mãos os destroços do que minutos antes tinha sido um dispendioso e pequeno guarda-chuva.
daqui |
Um chapéu de chuva em destroços é a analogia perfeita para o início de um amor.
ResponderEliminarmas é só imaginário
EliminarE não são todos?
EliminarDe improviso terá resultado muito melhor :-)
ResponderEliminarBeijinhos, afilhado mailindo
tudo fruto da imaginação :) beijos madrinha
Eliminar«Quero morar numa cidade onde se sonha com chuva. Num mundo onde chover é a maior felicidade. E onde todos chovemos.»
ResponderEliminarMia Couto
Essa chuva foi planeada, Mau-Tempo :)
foi apenas imaginada, nunca choveu assim :)
Eliminargosto muito do Mia
Ora, Manel...não imagines, concretiza.
ResponderEliminarPara quê pequenos e dispendiosos guarda-chuvas?
Repara como uma sombrinha, comprada numa loja do euro, proporcionou ao fotógrafo Rui Palha, sem precisar de ir ao Sul de Espanha, um intantâneo maravilhoso.
Beijinho aplicado na tua bochecha, que imagino barbada, mascarada... 😷
mas macia. 😘
nã há margem de manobra para concretizações desta magnitude :)
Eliminarbeijos...
Quando a fantasia é muita acaba por estragar real.
ResponderEliminarMas nada como mãos habilidosas para colmatar o silencio das palavras.... :)))
Com ou sem guarda-chuvas!
nunca sai do mundo da fantasia :)
EliminarEm situações de crise , sempre se esquecem as artes estudadas.
ResponderEliminarAbraço, saúde e bom domingo
nada nos preparou para isto :)
Eliminarbom domingo, abraço e muita saúde
E aposto que é linda de morrer, como a Charlize Theron!
ResponderEliminarO resultado?
Lá vem ele, sem se importar com a chuva, cantando o "Singing in the rain" e sorrindo!
Mas, "Mau-Tempo", porquê só no imaginário? Não me diga que via uma senhora a precisar de
ajuda e não se oferecia para ajudar?
Ás vezes há situações bem caricatas. E depois... nunca se sabe.
"Abreijo" Gene Kelly!
Sandra Martins
Esqueci-me de dizer que esse encontro podia ter sido na 6ª, aqui para as minhas bandas.
ResponderEliminarParecia um dilúvio!
Sandra Martins
lá vem ele tentando responder a todas as dúvidas... já parou de chover?
Eliminarnã, nã é tão linda como a Theron, porque mesmo no meu imaginário já é difícil que uma mulher que nã é assim tão linda fale comigo, quanto mais uma deslumbrante...
next: ajudar senhoras aflitas depende muito das senhoras, da idade da senhora e do tipo de situação... essa coisa do cavaleiro andante está fora de moda, as donzelas nos dias de hoje se precisam de ajuda ligam a alguém...
next: nada disto aconteceu, nem a chuva :) foi só um exemplo do que vai na minha cabeça
Sorrisos para essa das "donzelas". Eu até podia contar duas ou três histórias em que esta "donzela" precisou de ajuda. Poder, podia mas não o farei.
EliminarO cenário não é idílico e, mais uma vez, pareceria estar a apropriar-me do seu espaço.
Boa semaninha Manel! (Por aqui, de sol. Que bem que sabe e que falta fazia! Eu já tinha bolor até na ponta do nariz).
Sandra Martins
Mas, e o resto da chuva, demorou
ResponderEliminarpassar ou, deitados na King Sise, não
se deram por isso?
Um abraço; estou te seguindo. Siga-
me se achar que mereço.
Hellllloooo...
ResponderEliminarAgora que a Primavera está chegando lembraste-te de hibernar, Manel?
Não me digas que deixaste de sonhar? Não acredito!
Anda que isto sem ti não é a mesma coisa.
Bora lá... :-)