bolo

“um post por dia até ao fim do corona" dia 18... #fiquemnaânfora


O bolo do Sr. Polvo, porque hoje é dia do conto infantil.

Esta é a história do Sr. Polvo que sonhava um dia mudar-se com os seus livros de folhas de algas e colecção abastada de grãos de areia, para um oceano mais calmo, de água cristalinas e mornas, onde pudesse passear um rebanho médio de ovelhas-do-mar. O Sr. Polvo vivia sozinho numa ânfora rachada para lá dos rochedos da praia. O espaço era pequeno, mas não podia sair de casa enquanto o camarona krill andasse à solta no fundo do mar. De vez em quando lá esticava os oito tentáculos pela janela e acenava aos vizinhos que, como ele, viviam confinados e temendo o pior. Mas o Sr. Polvo era muito criativo e inventava mil e uma formas de passar o tempo e não pensar em coisas más, e quando se fartava de organizar por tamanho e composição mineral o seu montinho de grãos de areia, dedicava-se a arrancar ervas marinhas da sua horta, ou então abria o livro das receitas e fazia um bolo. 
Levava cinco ovos de esturjão batidos em separado, claras em castelos de areia, gemas com duzentas e cinquenta gramas de açúcar de kelp gigante. Depois juntava sem bater a farinha de cavalo-marinho, uma ameijoa pequena de fermento e as claras, e por último o sumo e a raspa de uma alforreca. Untava uma forma pequena com baba de berbigão, polvilhada de farinha e estava pronto para ir ao forno. 
O cheiro a bolo de alforreca espalhou-se pela ânfora e atravessou as rachadelas até casa dos vizinhos, e enquanto o Sr. Polvo esperava que arrefecesse, pensou na menina Lulinha, se calhar encafuada numa ânfora parecida com a sua, mas um pouco mais apertada e farta de um choco abrutalhado sem tinta. 


daqui


Comentários

  1. Hummm o bolo tem jeito de ser bom :-)

    Quanto à lulinha, ora sô polvo, ela está presa? não está, pois não? então o que a obriga a partilhar ânfora com um choco abrutalhado sem tinta?

    Deixe que seus olhos vejam mais longe, há mais lulinhas que marés.
    Não é assim que se diz? tabenhe mas eu digo :)

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    1. ehehehehe, só uma história, madrinha, nem sei se o choco é abrutalhado... ou se nã tem mais tinta que eu

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  2. ahahahahahaahahahahahahahahaha! e que bem que ia uma fatia desse bolo e um chá de limão :) muito bem, sr. Polvo! as lulas também se conquistam pelo estômago :))))

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    1. já alguma vez foi pescar lulas? acredite, nã é fácil!

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    2. foi quem? a minha mãe?! senhor.... pffffff

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    3. olha-me esta sardinha toda refilona...

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    4. Tu põe-te a pau, polvo!
      A Flor, enfia-te num e num pote e nuuunca mais te deixa sair...

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    5. olha a faneca a mostrar que tem espinhas...

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    6. A quê?
      Sardinha, prateada e piquena! Com muito gosto!

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    7. eheheheh, desculpe Srª Dona Sardinha... confundi a espécie

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  3. Se calhar foi dessa receita de bolo do Sr. Polvo que nasceu aquela frase tão conhecida, que eu já havia esquecido e agora me lembrei...
    "Estás mal disposta com o cheiro da alforreca?!"
    Será?

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  4. Haja polvo mais prendado (agora apetece-me bolo)!! Eu cá tenho algo de lula em mim, fartaaaa de estar encafuada, mas o meu choco não é mau choco, desgraçado =P

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    1. bolo de alforreca é uma especialidade... já só resta metade!
      a menina Lulinha partilha autocarro com o Sr. Polvo... mas infelizmente está comprometida

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  5. Eu cá não sei o que anda a passar-se com essas lulinhas que andam de aconchego com chocos marafados quando têm um polvo deste calibre numa areia perto de sei. Não sei não, mas tenho cá para mim que o polvo não anda a usar o açúcar de kelp gigante certo...

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    1. ehehehehehe, será que andam a precisar de óculos? ou atão é como dizes, talvez mude para açúcar de lampreia...

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  6. Oh não ponha cavalos marinhos nesse bolo...se o PAN sabe?! São um animal em via de extinção....faça como agora é moda e quando falta um ingrediente não se vai ao supermercado, substitui-se por outro qualquer, mesmo que a coisa fique incomestível.
    ~CC~

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    1. nos dias que correm é muito difícil nã usar uma farinha em via de extinção... já nã uso a de coral faz uns cinco anos e a de cachalote... nem cheiro!

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  7. Acho que já tinha lido o primeiro mas este ainda não :) Será que a menina Lulinha não podia ter uma irmã parecida com ela, mas livre? Quero um final feliz!

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