quatre-vingt

Não vejo o mar há mais de oitenta dias contados pelos dedos. Sem dar conta disso, culpei o perfume das velhotas, atirado largamente sem comedimento sobre as dobras sucessivas que nascem como ondas por baixo do queixo. Evito respirar. Só até ficar roxo.

Lighthouse II, 1901, August Strindberg

Comentários

  1. Hoje não fui ver o mar... Se tivesse lá ido, já te emprestava um bocado dele.

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    1. vai sempre que tenhas oportunidade... o mar carrega as pilhas mentais :)

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  2. Se o mar que tens por aí é igual ao que se adivinha por detrás desta pintura, não perdeste grande coisa, digo-te já.
    Escusavas era de deitar a culpa para as velhotas...de oitenta anos também?
    As dobras do duplo-queixo acumulam assim um cheiro tão mau?
    Tenho que me pôr fina, mas é! ehehehehe

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    1. Ah, Manel, mas que raio de feitio o meu que não presto atenção às coisas. Afinal, o cheiro a que te referias era o do perfume que as senhoras usaram sem conta nem medida; que o mesmo é dizer sem comedimento. :)
      O que me levou ao engano foi isso das ondas do pescoço. O perfume é nos pulsos e atrás das orelhas que se deita, logo, baralhei-me toda... :))

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    2. Bolas! Eu já tinha deixado mais umas palavrinhas a explicar que não me havia apercebido que falavas do excesso de perfume com que as senhoras regaram o pescoço, em vez de aspergir levemente, os pulsos e a parte detrás das orelhas. Ele fugiu, Manel? So pode!
      O Blogger anda de novo com birras.

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    3. já o fui buscar ao spam... nã sei que te diga :)
      o mar nã é como esse mar daí, mas na falta de melhor... vai servindo
      beijo, Janita!

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