beco
Estava sentado num soalho claro de pernas cruzadas, as mãos distantes apoiadas de cada lado com a cabeça inclinada para trás. Quando abri os olhos já não chovia através da abertura que havia no tecto. Otsū entrou no dojo deslizando a porta atrás de si. Os contornos do seu kimono envolvido na claridade, foram tomando cor e forma à medida que se aproximava.
A quantidade de meias amotinadas que se acumulavam sem par à minha frente, rasgou-lhe um sorriso infantil nos lábios. Kawaii!(que fofo em japonês) Estás a dormir em vez de dobrar as meias! Disse e sentou-se ajeitando o kimono de modo a que nada ficasse fora de sítio ou demasiado visível. Nesse momento reparei que estava a usar um kosode, sem hakama, que é o mesmo que dizer sem calças. O que explicava o constante desviar do seu olhar. (um kosode é um kimono de magas curtas que se pode usar tanto como roupa interior como por cima de outra roupa)
Estava a admirar a chuva! Resmunguei. Podias ajudar-me, era mais rápido.
Ganbatte kudasai! Gritou com uma mão no ar… (nos meus sonhos o tradutor é automático, o que ela quis dizer foi: Dá o teu melhor, força ai!)
Se não me ajudares vou passar aqui o dia fechado a dobrar meias. Choraminguei, atirando uns quantos pares ao ar para enfatizar a dureza da tarefa. Ela sorriu divertida.
Não me importo de ficar a olhar para ti o resto do dia, a resmungar com as meias. E não faças esses olhinhos que não te vou ajudar, farta de dobrar meias ando eu.
Bufei arreliado, escolhendo aleatoriamente meias do monte, tentando emparelha-las pelos fundos. Ela continuou o sermão: Se ainda me convidasses para irmos para um beco, agora dobrar meias…
Otsū! Um beco?! Exclamei incrédulo com o que acabara de ouvir.
Ela corou até à raiz dos cabelos. Estava a brincar! Vá, vou dar-te uma ajuda. Disse acendendo uma lamparina de esperança em mim, mas as mãos dela andavam perdidas pelos bolsos tecidos com frágeis flores de cerejeira. Levantou-se e veio ajoelhar-se atrás das minhas costas. Que rica ajuda, pensei.
Cheirava a hortelã e jasmim, com uma delicadeza exagerada, de mãos suaves e leves como penas, apanhou as meadas de cabelo que me caiam pela cara, juntando-as num novelo atado no topo da nuca. Fechei os olhos, procurando sentir o contacto de pele com pele, o coração acelerara umas décimas, era impossível controlar a erecção que sacudia na liberdade do kosode.
A quantidade de meias amotinadas que se acumulavam sem par à minha frente, rasgou-lhe um sorriso infantil nos lábios. Kawaii!(que fofo em japonês) Estás a dormir em vez de dobrar as meias! Disse e sentou-se ajeitando o kimono de modo a que nada ficasse fora de sítio ou demasiado visível. Nesse momento reparei que estava a usar um kosode, sem hakama, que é o mesmo que dizer sem calças. O que explicava o constante desviar do seu olhar. (um kosode é um kimono de magas curtas que se pode usar tanto como roupa interior como por cima de outra roupa)
Estava a admirar a chuva! Resmunguei. Podias ajudar-me, era mais rápido.
Ganbatte kudasai! Gritou com uma mão no ar… (nos meus sonhos o tradutor é automático, o que ela quis dizer foi: Dá o teu melhor, força ai!)
Se não me ajudares vou passar aqui o dia fechado a dobrar meias. Choraminguei, atirando uns quantos pares ao ar para enfatizar a dureza da tarefa. Ela sorriu divertida.
Não me importo de ficar a olhar para ti o resto do dia, a resmungar com as meias. E não faças esses olhinhos que não te vou ajudar, farta de dobrar meias ando eu.
Bufei arreliado, escolhendo aleatoriamente meias do monte, tentando emparelha-las pelos fundos. Ela continuou o sermão: Se ainda me convidasses para irmos para um beco, agora dobrar meias…
Otsū! Um beco?! Exclamei incrédulo com o que acabara de ouvir.
Ela corou até à raiz dos cabelos. Estava a brincar! Vá, vou dar-te uma ajuda. Disse acendendo uma lamparina de esperança em mim, mas as mãos dela andavam perdidas pelos bolsos tecidos com frágeis flores de cerejeira. Levantou-se e veio ajoelhar-se atrás das minhas costas. Que rica ajuda, pensei.
Cheirava a hortelã e jasmim, com uma delicadeza exagerada, de mãos suaves e leves como penas, apanhou as meadas de cabelo que me caiam pela cara, juntando-as num novelo atado no topo da nuca. Fechei os olhos, procurando sentir o contacto de pele com pele, o coração acelerara umas décimas, era impossível controlar a erecção que sacudia na liberdade do kosode.
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