Leituras
Este ano propus-me ler um total de 45 livros. Para o próximo ano a minha meta será de 50. Não quer dizer que realmente consiga ler os 50 livros, o objectivo acho que é estipular uma meta e tentar. Se não conseguir, paciência, mas foi assim, com este estimulo de um ponto de chegada, que passei dos 5 para os 45 livros. Não forço nenhum momento, não me comprometo com horas diárias, apenas leio quando tenho vontade e tempo. Uma estratégia que recomendo é andar sempre acompanhado de livros, mesmo os que têm mais de 500 páginas e aproveito as viagens diárias e as esperas que às vezes são longas.
Estou a terminar o ano com 46 livros concluídos e um que está no início, por isso só o devo terminar para o ano. Há toda uma variedade de temáticas e tamanhos, muitos foram recomendados por amigos, outros completamente tirados à sorte da imensidão de livros que tenho espalhados por tudo o que é sítio. É outra estratégia, basicamente estico o braço e começo outro livro. Se não têm assim livros por todo o lado, ou se não querem investir em livros, o melhor a fazer é tentar as bibliotecas públicas. A maioria está carregadinha de livros e, pelo que me contam, dá para levar os livros para casa durante vários dias. Outra coisa que parece ajudar na leitura de mais livros é ler mais do que um ao mesmo tempo. Não quer dizer que realmente esteja a ler em simultâneo, mas o que faço é iniciar e depois se por algum motivo não for assim muito apelativo, pego noutro. Nunca fazia isso, até que comecei a fazer e reconheço que ajuda. Se numa segunda ou terceira tentativa o livro não pegar, então vai para a pilha do não lido. Qualquer dia partilho os livros que não consigo ler, mas agora vou focar em alguns que li e gostei muito.
Maus hábitos, da espanhola Alana S. Portero - foi-me oferecido por altura do meu aniversário e tem sido um dos livros que mais recomendo, não só a pessoas da minha geração, que se retratam muito nesta história, mas a toda a gente, de todas as idades. Nota extra: este livro possui uma playlist, deixo aqui o link porque só descobri no fim da leitura.
https://open.spotify.com/playlist/0gQEfjdfg1iInLPl5JPoho?si=c127934ae62042d2
Laranja mecânica, de Anthony Burgess - publicado em 1962, este romance distópico é mil vezes melhor que o filme. A perspectiva e o recurso a uma linguagem inventada levaram-me a um imersão total no livro, ao ponto de começar a usar algumas dessas palavras nas minhas introspeções.
Gaibéus, de Alves Redol - romance escrito em 1939, marca o aparecimento do neo-realismo em Portugal. É leitura obrigatória e só lamento ter pegado nele tão tarde. Houve mais uns quantos escritores portugueses e de língua portuguesa, reli a queda dum anjo do Camilo, que podia ter sido escrito e publicado nestes últimos meses.
Viagens com Charley de John Steinbeck - foi a minha mãe quem recomendou este diário de uma viagem, também de 1962, pelos Estados Unidos da América. Steinbeck narra a viagem numa auto-caravana feita para o propósito a que chamou Rocinante, na companhia do cão com quem tem muitas conversas mentais. É fabulosamente bem escrito e assustadoramente atual.
O talentoso Mr. Ripley, da Patricia Highsmith - romance de suspense psicológico de 1955, muito famoso pela sua adaptação ao cinema. Highsmith é fenomenal, li pelo menos cinco livros dela este ano e este é para mim o melhor. Já conhecia a história, mas mesmo assim a leitura foi do mais agradável por onde passei este ano. Ripley é uma personagem que se adora, mesmo sendo das piores pessoas do mundo :)
Eva: Como o corpo feminino determinou 200 milhões de anos de evolução humana, de Cat Bohannon - é uma leitura que sai um pouco do meu habitual, é mais científico, mas muito apelativo e bem escrito. Foi a internet que recomendou e já o recomendei a várias pessoas. É óptimo para encetar conversas e dei por mim a falar sobre as quatro glandes dos pênis das equidnas, mas também sobre os raros animais que como nós, têm menopausa.
E é basicamente isto, haveria muito mais, mas acho que já me alonguei em demasia. Partilhem o que gostaram e não gostaram de ler este ano ou nos últimos anos. Dá jeito também saber o que se calhar não se vai gostar. Numa próxima darei destaque a esses mal-amados.
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