gueule

 acordei com o que parecia ser os ossos fora do sítio. talvez tivessem saído durante a violência dos espasmos e depois voltado de forma aleatória, colocando-se desordenadamente por debaixo da pele nos sítios onde calhasse. sonhei com a casa grande e as escadas de metal sem corrimão. e as pessoas que nunca vi, vestidas de um fino musgo da cabeça aos pés. uma dor única veio coroar-me as têmporas quando abri os olhos. precisava de um qualquer comprimido que a levasse juntamente com a desordem de ossos e ligamentos, como a água que leva detritos rio abaixo até desaguar em sal. quem era aquele nas imagens, demasiado velho e desconectado, que acordava com os ossos fora do sítio, deitado sobre uma poça de saliva?  acordei do outro lado do reflexo, pequenas penas brancas nasciam na cabeça. 



Comentários

  1. Caruncho, Manel. Pelo menos comigo é.
    Depois, meu amigo, pela "gueule" morre o peixe... :-)

    Beijos.

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    1. e se for líquido e muito, então é que é! :D
      beijos, bom fim de semana

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  2. Tem dias que me espanto com os espelhos, é tal qual: quem é aquela?!
    ~CC~

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    1. ainda pra mais me cortaram o cabelo e parte da orelha... sendo por isso ainda mais espantoso :)

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