valsa

 

As máquinas entravam na seara e à medida que avançavam esfaimadas, com os grandes dentes reluzentes, as espigas doiradas desapareciam, engolidas por inteiro para o grande estômago de metal. Na terra pisada ficavam alguns caules, folhelhos e os sulcos das grandes rodas. Olhei para cima onde outro baile acontecia. Uma valsa de andorinhas cortava o céu ao som das máquinas, uma centena ou mais, alimentando-se dos insectos desorientados, numa fuga impossível vertical.

Maya’s maize god


Comentários

  1. Um belo texto.
    Abraço, saúde e bom domingo

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    1. obrigado, foi só um espasmo :)
      abraço, muita saúde e boa semana

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  2. Tu escreves, eu 'ouço' , vejo e sinto a Valsa da forma que mais me diz.
    Vejo uma planície a perder de vista com douradas espigas de trigo maduro, logo, o deus seria outro. Será que há um Deus para cada cereal...?
    Na tua alma nómada há lugar para todos os deuses e deusas... :)
    Beijos, Manel.

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    1. o trigo que eu saiba nã terá um deus só para ele :) o que por um lado é uma grande vantagem, fica mais em conta, um só deus, vários cereais :D
      beijos, boa semana

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  3. Respostas
    1. obrigado Ricardo, boa semana, abraço

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    2. Que imagem linda. De repente vi um Alentejo doirado.

      Beijinho, afilhado mailindo :)

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