urze

A camioneta subia a encosta aos solavancos, rodeada de uma floresta antiga com longos cortinados de líquenes que pendiam dos troncos curvados. A natureza reclamara mais de metade do alcatrão e navegávamos sem bússola em ziguezague pela vegetação densa. A camioneta ia cheia, novos e velhos empilhados, mais velhos do que novos. Soltei uma das mãos para coçar na ilharga uma mordida branca de mosquito. Envergonhei-me, não por estar nu, mas por me coçar diante de todos. O condutor guinou o volante e desviou-se de dois velhos que pulavam na frente da camioneta. Usavam coroas de urze e mantos de pele de cabra. 

Comentários

  1. E depois Manel? Depois? Acordaste?
    Conta mais...conta!

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  2. Definitivsmente, optaste por sonhar for ever & ever :)*

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  3. um dia ganharás a tua coroa de urze e manto de pele de cabra e os mosquitos nunca mais ter morderão.

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    1. acho difícil nã ser mordido quando até nos sonhos isso acontece

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  4. Narcisos iam melhor com a estória, que mania de te sonhares nu...

    ps Essa coisa dos autocarros é interessante. Viste o Paterson?

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    1. eu escrevi um post a sugerir o Paterson :)
      os autocarros são curiosos... por exemplo, o Magnus Mills era condutor de autocarro e tem uma escrita muito peculiar

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    2. ai, peço perdão pela desatenção. Como fui capaz de esquecer?

      Prefiro comboios, tenho páginas cheias de notas feitas em viagens de comboio ou inpiradas nelas...

      Viste o 'Lean on Pete'? Fiz um post sobre ele :)
      Vê, tem poucos autocarros mas é sobretudo um filme de viagem, de estrada.

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    3. Infelizmente é muito raro andar de comboio e nem as últimas viagens que fiz me inspiraram... há qualquer coisa que ficou pelo caminho :)

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    4. O post certamente ficou pelo caminho e o blog... mas podes ver o filme na mesma.

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