Impala

... ou, porquê que não sonho com lamborghinis, bugattis, bentleys, mclarens ou maseratis?

Sonhei com o Cristiano Ronaldo. É assim que começo a contar o meu último sonho, mas há demasiada entropia na mesa e acabo por não contar o que aconteceu entre mim e o craque. Talvez a história não seja assim tão boa que valha o trabalho de a contar. Ou então comecei mal. Estávamos numa fila do banco, do lado de fora do edifício, e havia um ecrã onde passavam os números de atendimento. Foi mais ou menos aqui que fui interrompido e com o orgulho ferido, dei o sonho por terminado. Mas havia mais, Cristiano estava atrás de mim na fila e pediu-me para espreitar o ecrã e verificar se não estavam a gozar com ele. Olhei para o ecrã e só apareciam caracteres chineses. Tranquilizei-o, disse-lhe que não estavam a falar dele, eram só cenas chinesas, mas comecei a suspeitar que estavam era a gozar comigo. Porquê que o melhor jogador do mundo havia de estar numa fila do banco? Então começamos a conversar sobre banalidades e ofereceu-me boleia. Estava com uma rapariga que não foi apresentada, talvez fosse uma assistente, bonita, de cabelo em cascata e pernas longas que me piscou o olho. Depois perguntou se queria conduzir e aceitei, baixei a capota e fomos os três por uma estrada ladeada de árvores altas, num Chevrolet Impala de 1964, com a sua proa infinita e bancos azuis claros.