Ofélia
“Fechado” podia ler-se do lado de fora na tabuleta dupla, apesar de serem dez da manhã. Nas traseiras, o funcionário carregava os últimos sacos de escarcha e nevoeiro para o ecocentro da vila, esvaziando finalmente a loja. Apesar do negócio ter caído bastante depois da subida do imposto sobre as perturbações atmosféricas, ainda recebiam de vez em quando umas encomendas lá do sul, sobretudo aguaceiros e borrascas. Mas as despesas eram muitas, mesmo reduzindo o pessoal a um único funcionário, havia ainda a renda da loja e as contas de electricidade com vários dígitos. Manter trovoadas e tornados, mesmo em pó, tornara-se demasiado dispendioso. As nortadas esvaziavam-se das embalagens seladas, o borriço tinha de ser sacudido todas as semanas e as neblinas perdiam a validade em meia dúzia de dias. Já para não falar da manutenção do aquário de nuvens, a principal atracção da loja, mas que exigia uma atmosfera controlada e várias encomendas mensais de gases; um balúrdio! Agora estava vazio. Por ordem do patrão, o Sr. Mau-tempo, o funcionário carregara tudo no seu motociclo com caixa e descartou aleatoriamente num dos contentores do ecocentro.
Sir John Everett Millais, 'Ophelia' (1851) |
Acho que correu qualquer coisa mal na execução dessa ordem, Sr. Mau-Tempo.
ResponderEliminarnos próximos tempos, o Sr. Mau-tempo vai passar uns dias a tentar explicar-se perante o mundo...
Eliminaras estações pararam no verão. nem outubro trouxe o outono, à tua espera.
ResponderEliminarele vem ai, está mesmo quase a chegar :)
Eliminarvem tarde. já tantas flores secaram de sede.
EliminarEu gosto das suas explicações sr Manel! :))
ResponderEliminarSe quiser, tente uma coleta, e até pode se surpreender! :)
fico feliz por saber que gostou :)
EliminarOlha afilhado, até eu que, como sabes, não gosto do Inverno, Já cá queria chuva, frio,nem tanto, mas uma chuva com queda controlada, está a fazer já muita falta.
ResponderEliminarBeijinho ó mailindo da madrinha :-)
a chuva conta com ela :)
Eliminarbeijos madrinha
Oh, sabia que virias com a primeira grande tempestade!
ResponderEliminarnã esperes grande coisa :)
EliminarAh...cigano trovojento, a falta que senti de ti...:))
ResponderEliminarCom ou sem loja aberta, quero-te aqui!!! ahahahaha
Beijos e um grande abraço. :)
mas... mas... como posso fazer falta seja a quem for? nã me estarás a confundir com outro cigano?
Eliminar:) beijos e abraços, Janita catita!
Voltaste! :) Bem me pareceu que o vento (embora quente) esteve hoje muito forte.
ResponderEliminare a seguir espera-se chuva, que estou que nem me aguento com este calor :)
Eliminarele há tantas maneiras de controlar um furacão... :)
ResponderEliminara minha favorita é com cubos de açúcar :)
EliminarA modelo do quadro...é sobre ela a história do livro de Hélia Correia que o Teatro o Bando leva a cena e que vi no último sábado - Adoecer (http://www.obando.pt/pt/). Parece que ela pousou numa banheira horas e horas para que o pintor captasse o efeito da água...e também a peça, belíssima, está cheia de água. Bom regresso, não obstante preferir o bom tempo, até eu tolero uma chuva depois de todo este sol e calor.
ResponderEliminar~CC~
nã imaginava... as coisas que fico a saber :) vamos lá ver se finalmente chove...
EliminarPensei que tinhas morrido! - disse ela, no seu modo cru e sincero...
ResponderEliminarsou uma aparição :)
EliminarAinda bem que na fuga deixou cair uma chuvita. Já cá faltava, assim como tu :)
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