ecoponto
Talvez seja esse o propósito: estou aqui para aprender a difícil arte do desapego. volto a sentar-me. ninguém se manifesta. o professor faz sinal ao próximo que se levante. se calhar estou na turma errada. não ouvi nada do que foi dito até agora. o meu cérebro ficou aprisionado na saliença da sua clavícula. ela tem das mais belas clavículas que já vi. preciso urgentemente de a deslargar ou perderei o interesse antes do fim do primeiro semestre. sou mesmo um péssimo aluno. começar por pequenas coisas, objetos, distinguir o que realmente faz falta daquilo que não necessitamos. diz o professor. durante a missa também não ouvi nada, só pensava na quantidade de afeição que deixei em objetos e que após a minha morte, deixam de ter qualquer utilidade. imaginei os meus pais a desocupar o sótão, o ecoponto cheio da minha existência. haviam de fazer uma pilha e queimar-me com todos os meus pertences. principalmente as palavras. todas as que deixei depositadas em cadernos, gostava de arder no meio delas.
por que será a (auto)destruição sempre tão bela?
ResponderEliminarum beijo, Manel.
porque nada se perde... tudo se transforma.
Eliminarbeijos, flor.
Ele de facto há clavículas que nos prendem :)
ResponderEliminarcomo um anzol :)
EliminarUi, deste em eremita? Entraste num mosteiro e estás a pensar casar com Deus e abandonar todas as coisas para melhor o servir?
ResponderEliminarDeves ponderar isso da clavícula como um aviso, se calhar não levas jeito...os mosteiros são giros e tal mas não percas aí muito tempo, tá?
EliminarI'm too hot (hot damn)
Called a police and a fireman
I'm too hot (hot damn)
Make a dragon wanna retire man
I'm too hot (hot damn)
Say my name you know who I am
I'm too hot (hot damn)
Girls hit your hallelujah...
EliminarDo ecoponto vai-se para a reciclagem, não para a incineradora. Queres mudar de vida?
ResponderEliminarpreciso com urgência de mudar de vida :)
EliminarTodos nós um dia seremos:pó, cinza e nada, mas não tenhas pressa nem queimes nada.
ResponderEliminarSobretudo as palavras.
Deixa que elas pairem no ar e poisem no coração da dona da clavícula.:)
Suavemente...
Beijos, Manel.
tenho de esquecer as clavículas... e voltar a encontrar palavras.
Eliminarbeijos, Janita
por amor da santa...
ResponderEliminaro amor é um desperdício...
EliminarNão queiras aprender o desapego, cigano.
ResponderEliminarQuando damos conta ele aprende-nos.
o apego é uma coisa quase extinta... o amor já podia estar em exposição num museu de história natural...
EliminarO Desapego é bom.. tudo aquilo que liberta é bom. Já o Amor é um filho da puta mascarado de Herói.
EliminarStormy, you nuts :)
Eliminaré uma história natural, quimicamente - naturalmente, o que é magnífico! - falando, mas absolutamente construída, no que ao amor toca. Evidências destas, já deverias conhecê-las (labrego: allow me :P)
Labrego? Moi?
Eliminarlabrego, tu, sim, mas gosto de ti assim mesmo :)
Eliminar(quem não o é, from time to time? :))
Que tal começares por experimentar os tons que ficam por entre o tudo ou nada - o preto ou branco?
ResponderEliminarTu nunca perdeste as palavras, andas é distraído com clavículas lindas de gente mal amanhada :~))
Beijo daqui até aí, afilhado mailindo quinté
Perdi sim, madrinha, mas elas andem ai... se as encontrares, é muito fácil de dares com elas, ata-lhes um baraço e logo já as apanho ;D
EliminarAi, Manel, andas tão arredio que cá pra mim, já anda aí moura na costa...
ResponderEliminarBeijos, Manel Mau (bom)-Tempo!! :)
nem moura nem costa... nunca estive tão vazio...
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