queda
No momento em que o homem tentava sair do buraco onde tinha caído,
pensou: “caso sobreviva, aqui está uma boa história para contar aos meus netos.” O buraco onde tinha caído não era assim tão fundo e sem dificuldade
impulsionou-se de lá para fora. Era uma valeta de escoamento de água que estava
cheia da chuva que não parava de cair. O homem que queria contar uma
história não tinha visto a valeta, ali no seguimento do passeio mal iluminado.
De um momento para o outro o chão sólido desaparecera debaixo dos pés, e sem
saber como estava submerso até ao pescoço. Não havia ninguém por perto, era
madrugada e continuava a chover. O homem que queria contar uma história saiu do
buraco e pingou até uma paragem de autocarro, onde se sentou para avaliar o seu
estado. O telemóvel no bolso das calças era um pequeno aquário sem qualquer uso.
Pensou que tinha de continuar a caminhar ou o frio seria insuportável, mas não
tinha bem a certeza de quanto mais teria de caminhar até casa, e uma dor
mordia-lhe a articulação do joelho de tal forma que só queria ficar ali e
esperar que a manhã lhe trouxesse o primeiro transporte. Foi então que se
lembrou de ter passado por uma cabine telefónica e tentou a sorte. A mulher que
tinha um sono leve atendeu ao terceiro toque. Dez minutos depois recolhia o
homem que queria contar uma história com bafo de álcool, encharcado até aos ossos. Não falaram, o homem estava envergonhado e com dores. Ela ajudou-o a despir-se no
meio da cozinha, onde deixou ficar a roupa como se fosse um animal abatido, inanimado na tijoleira. A mancar ligeiramente, meteu-se na banheira e tomou um duche bem quente. A mulher que tinha um sono leve já estava deitada na cama, em breve teria de se levantar e ir trabalhar. O homem que queria contar uma história, deitou-se e abraçou a mulher que não queria saber que o homem tinha bebido um número
indeterminado de shots e que por isso não se apercebera do fim do passeio.
Não sei, se esse homem é o mesmo, da enxurrada, da inundação e da insistência de chover no molhado, a ser, tem uma queda tremenda para se atirar pró chão, que é como quem diz, pró charco. Por falar em charco, também anda muitas vezes de vela encharcada, que é como quem diz, alcoolizado - Depois vem queixar-se que elas dão de frosques, que ninguém o ama, qual calimero.
ResponderEliminarÓ afilhado, dá-lhe um recadinho aqui da madrinha: homem, vai-te curar, aproveita para crescer e depois aparece ahahahah
Beijocas afilhado mailindo
recado entregue :)
Eliminarbeijos madrinha d+
Há sempre uma mulher para salvar um homem. :)
ResponderEliminaro mundo sem mulheres seria uma mortandade pegada... e nem era preciso pegar em armas :)
EliminarSurpreendentemente, há vida, depois da vida, sr Manel! :))
ResponderEliminarVai-se abusando da sorte ... até um dia ... :)
ando mais bem comportado... depois da tormenta :)
Eliminarque bom ler-te assim, M M-T :)
ResponderEliminarboa semana
obrigado Laura, boa semana para ti também :)
EliminarEsse homem é um sortudo, Manel!
ResponderEliminarNão só poderá contar a história da sua sobrevivência,
como tem uma mulher com o sono leve. Melhor: ama-o, mesmo, de verdade.
Por isso deixa-se abraçar e corresponde ao abraço,
sem se importar da razão que o fez cair no buraco.
Se tu fores esse homem, então, és um homem feliz!...
:)
Beijos, Manel Mau-Tempo. :)
o destino estará mesmo traçado desde o início do mundo? :)
Eliminarbeijos, Janita, vamos ver se é sorte ou pouco azar
Manel, há um provérbio que diz; se cair sete vezes levante-se oito. hum!?
ResponderEliminarDia Bom para ti. :)
muito bom esse provérbio, mas vou evitar buracos :)
Eliminarbom dia, Té!
Ufa!
Eliminar...`tás bem?
Beijinho Manel
sim, e tu?
EliminarBe yourself no matter what they say; basicamente.
Eliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=GXoZLPSw8U8
EliminarQue raio de vida…quanta injustiça e ingratidão grassa entre o género feminino; quando o homem que cai, num buraco ou num charco, olha absorto, sem ver, infeliz, prestes a deixar-se afogar numa banheira velha e ferrugenta...
ResponderEliminarPor onde andais vós, jovens, que ainda há pouco vos acotoveláveis, invejosas, para ser o alvo dos sonhos deste garboso homem do mar?
Afinal, para onde fostes brincar?
Anónima Triste.
(que se cansou de tentar provar que não é um robot. Acho bem que se dê a cara...(lol) )
Anónima Triste Maria Antonieta... um gajo passa de bestial a besta em menos de um quarto de hora por estas bandas:) é um mundo cruel...
Eliminarbeijos
Fiquei curiosa, qual seria a história?
ResponderEliminarA história de ter caído ao buraco e sobrevivido ao naufrágio...digo eu.
Eliminar"No momento em que o homem tentava sair do buraco onde tinha caído, pensou: “caso sobreviva, aqui está uma boa história para contar aos meus netos.”
ando tão "desinspirado" que me contento em relatar quedas...
EliminarPirata!!!
ResponderEliminarpirata a shots?
EliminarPirata é pouco, Cigano! lol
ResponderEliminarvadio... é o que é
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