vermelho
Compreendo que pouco te interesse o estado em que se
encontra. Por fora ninguém diria, mas o interior está uma lástima. Podes trazer
o bisturi, as tenazes, o microscópio, não te esqueças das lamelas e dos
corantes. Podes mergulhar o que resta em parafina e depois corta-lo em fatias,
ou congela-lo em porções, não vais ter muito trabalho, já está bastante
despedaçado. Quando dúvidas não existirem de que é humano e que bate
compassado, pede que recite todos os verbos, que conjugue amor em todos os modos
e tempos. Não esqueças de me dar a mão na descida da rua, perguntar de onde
venho, para onde te levo e com que medos me atravesso. E na volta, tira-me
alíquotas, marca-me com beijos, anota o que escrevo e aquilo que leio. Fica
depois mais um pouco, ouve a minha playlist, enquanto uno tudo com fita, se
quiseres gravo-te uma cassete. Abre sem presa o roupeiro e todas as gavetas, são
só quatro, mede-me em pés, usa o meu cheiro. Podes mesmo esburgar a ementa, faz
também caretas ao que bebo, alimenta-me de sonhos ou daquilo que preferires, só
quero que apontes tudo, e no fim pedimos um café, se ainda tivermos tempo.
Esta madrinha fica "vermelha" de orgulho, ao ler um coração tão maltratado, com tanto amor pra dar.
ResponderEliminartenho de cortar no sal...
EliminarTemos sempre tempo. Podes gravar-me a cassete.
ResponderEliminarMuita entrelinha nestas linhas.:D
De tão despedaçado, já só lá vai, cosido :)
Eliminarvou gravar, mas escuta primeiro o lado B...
EliminarJá pedi o café,espero-te munido da cassete :)
ResponderEliminarcurto pra mim... pode ser na esplanada
EliminarAssim será!
Eliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=GemKqzILV4w
ResponderEliminar:D
Cada um tem o que merece:)
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