tremor

É fodido
Primeiro deixa-se de sentir as extremidades,
Começa pelos dedos dos pés, nem sequer é um formigueiro…
Depois as noites tornam-se claras,
Acorda-se com o maxilar cerrado, e quando amanhece finalmente se adormece…
Meia hora na borda da cama, fintando os pés que não se sentem
Tanto faz que esteja sol
Pode ser que hoje chova
Deixei a caneta na corda da vizinha, esvoaçando as letras nas toalhas amarelas…
Aumentam os dias que fico sem escrever, esperando que sequem as linhas,
E os dedos tremem. Um ressacado…
Depois sem dar por isso, perde-se o apetite,
Tudo sabe a mofo
Como se uma hifa se estendesse desde as entranhas, instalando-se no rebordo húmido da língua.
Sim, minha musa que adora o sol, a falta de apetite é geral.
Nem por ti tenho fome…

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