isócrono

 O homem que subia a rua, abdicara do chapéu de chuva antes de ter acordado. Subia no escuro, que ainda o dia não era certo e a hora velhíssima. Uma rua que era cama, mesa, lar de gente semidespida ou embrulhada em cartão mole. Despojados ou despejados em travesseiros ilícito, solitários, abandonados sob o céu carregado. E o homem subia, subia à chuva, num passo certo de animal selvagem que se aventurou a atravessar a cidade. Toda a gente morre, diz a voz da artista ao seu ouvido. 

Comentários

  1. ...coitado do homem! Mas porquê "isócrono"? Fazia duas coisas em simultâneo?
    Já pareces o Xilre, Manel. Usas cada termo que precisamos consultar o Dicionário da Língua Portuguesa. E, mesmo assim...

    Beijos, Manel, Bom Tempo . :))

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    1. querida Janita, antes de mais quero agradecer a comparação a um dos mais ilustres da bloga, mas sinto que necessito de explicar que qualquer semelhança é mera coincidência :D claro que posso ter sofrido influência, ou talvez se possa explicar o fenômeno como uma vã tentativa de plágio... muito comum nas coisas tolas que escrevo, mas certamente a mil anos luz de tal capacidade. A segunda explicação, que sinto ser necessária deixar aqui, tem que ver com o tal estranho título. A tua teoria estaria perfeita se eu quisesse vender dicionários, (coisa que adoraria fazer, caso alguém conheça uma vaga, já agora) mas nã é o homem que é isócrono. essa propriedade segundo aquilo que pretendi transmitir, existe naquele momento em que acontecem pelo menos quatro situações distintas, todas na mesma camada ou linha imaginária, sendo que uma delas se deveria destacar das restantes, mas que acontece a céu aberto diante de todos os olhares como algo de normal... beijos :)

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  2. fizeste-me lembrar uma mulher alienada que vi um dia destes.

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  3. Continuo sem me habituar, corta-me o coração vê-los, evito as grandes cidades onde os há mais.

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